No tempo de D. João I, o reino de Portugal conheceu a maior desvalorização da moeda da sua história. Para combater essa inflação, procurou-se incentivar o tráfico comercial, atraindo mercadores estrangeiros e, ao mesmo tempo, desenvolver o comércio interno através da criação de feiras e de leis proteccionistas a favor dos mesteirais e mercadores. A frequência do vocábulo feira na toponímia parece demonstrar essa proliferação.
A existência de feiras, por iniciativa popular, era confirmada, mais tarde, pela autoridade régia, comprovada pelo nome de feira franqueada ou franca, facilitando as trocas comerciais e incentivando assim o comércio interno. A implementação de um ambiente de paz da feira também favoreceu a segurança e o livre-trânsito de feirantes e visitantes. Quase sempre era uma feira anual, mas podia ser semestral ou até quinzenal, associada na sua origem a festas de santos protectores – S. João, S. Miguel ou S. Nicolau.
As feiras ajudavam à solidariedade e à formação do sentido de nacionalidade. Para um casal isolado, a feira era aproveitada para comprar e vender as faltas e os excedentes da produção, o ponto de contacto com o resto do mundo, o sítio onde se recebiam e davam notícias e se incentivavam as relações interpessoais. Localizadas em espaços denominados rossios, existiam em quase todas as povoações do reino. Situavam-se perto da entrada da vila, ora dentro ora fora da muralha, o que permitia o fácil acesso dos transportes e do gado.
Em 27 de Junho de 1407, D. João I concede aos homens bons da Feira, através do seu cavaleiro João Álvares Pereira, a carta de feira franca, para que se faça e que possa fazer daqui endiante cada quize dias huma feira.
A Viagem Medieval em Terra de Santa Maria vai comemorar de 3 a 12 de Agosto de 2007, os 600 anos da confirmação régia da feira da Terra da Feira, evento promovido pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, em parceria com a Federação das Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho.
Em tempo de paz da feira aproveite os momentos de lazer e reviva o passado de uma terra que foi centro de comércio e revitalização da economia nacional – Santa Maria da Feira.
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