domingo, 1 de agosto de 2010

"Rendidos à festa que parece filme"

A Viagem Medieval, em Santa Maria da Feira, que entra hoje no quatro dia, não foi afectada pela crise ou pelo calor. Ontem, à tarde, visitantes enchiam ruas onde se fala de factos históricos.

A Viagem Medieval cumpre, hoje, o seu quarto dia. Nem a propalada crise nem o tempo quente que arrasta multidões para a praia beliscou o interesse pelo evento que se transformou num filme com sessões quase esgotadas em que as pipocas foram substituídas por sandes de porco e a coca-cola por sangria.

Até ao dia 8 a saga da Idade Média que a
Feira recria, há 14 anos, vai continuar a alimentar o imaginário colectivo atraindo gente de todo o país e do estrangeiro, ansiosa por ver as personagens dos livros de História ou dos filmes que retratam as aparatosas lutas e duelos medievais.

Uma mega encenação onde não falta um castelo verdadeiro e uma área de actuação e de serviços de apoio que ocupam 33 hectares, ou seja uma área aproximada a 33 campos de futebol.

E para que o “filme” que a organização (empresa municipal Feira Viva, Federação das Colectividades e Câmara Municipal) diz querer comparar a uma produção cinematográfica, seja, desde logo, um sucesso garantido, o orçamento não sofreu qualquer corte, mesmo numa Autarquia onde o “aperto do cinto” se fez notar em vários sectores, inclusive noutras organizações de referência como o Imaginarius – festival internacional de teatro de rua.

Os 750 mil euros de orçamento estão a ter, para já, os resultados esperados. Desde a passada quinta-feira, primeiro dia de evento, que as ruas se enchem de gente ansiosa e que se acotovela para conseguir o melhor lugar para ver as muitas recriações históricas, assistir a uma das áreas temáticas ou alcançar um lugar na sempre repleta área de restauração.

“Isto está cada vez melhor” afirma Joana Lemos, uma visitante de Espinho. “Há três anos que não falto. E se não viesse, os meus filhos ficavam muito tristes” explicou.

Uma satisfação comum a muitos visitantes que se mostram “rendidos” ao cenário que os rodeia e pouco preocupados com os enquadramentos ou pormenores históricos.

Este ano, a Viagem situa-se entre o século XI e o século XII, e as lutas travadas por D. Teresa e Afonso Henriques, na altura infante e príncipe. Mas a maioria dos que foram ouvidos, pelo JN, desconhece esse facto. “Ouvi dizer que estava relacionado com o primeiro rei de Portugal, mas não sei mais nada”. “Mas isso também não nos importa, vim com a família e estou muito satisfeito com o que vejo”, opinou Duarte Carlos, do Porto.

@ Jornal de Notícias

1 comentário:

Tarte de Laranja disse...

Olá!
BC,
De facto, em conversa com pessoas amigas parece que os hábitos dos visitantes estão um pouco diferentes.
Muito multidão que chegou tarde, muita depois da 1H da madrugada.
Talvez sabendo das dificuldades de acesso e estabionamento, procuram chegar à VM em horas que muitos estão a sair. Só prova que para além de famílias, muitos jovens e adolescentes estão com parazer em viver esta VM!
Aliás, falando em famílias, no Fraldário da Fapfeira não deixei de verificar a existência de muitos carrinhos de bébes (mesmo à 1H da madrugada)!

Este lugar é do tempo, vamos vivê-lo juntos... ao longo de TODO o ano!