A Viagem Medieval em Terra de Santa Maria decorre de hoje até 7 de agosto e os grupos estrangeiros que asseguram parte das suas 135 horas de animação consideram que, sacrificando algum rigor histórico, essa é a maior recriação da Europa.
O músico Chema, do grupo espanhol de “música medieval modernizada” Jabardeus, participa no evento há nove anos e garantiu à Lusa: “Este é o maior espetáculo de recriação da Europa, que nós conheçamos. É sem dúvida uma grande viagem no tempo, um grande parque temático da Idade Média”.
Defendendo que a Viagem Medieval tem “o objetivo claro de entreter com um grande leque de atividades”, Chema declara: “Em relação a outras recriações, como as que se fazem em França, na Viagem sacrifica-se o exclusivo rigor histórico para oferecer um grande espetáculo onde cabem animações de vocação mais aberta”.
O artista admite que “essa liberalidade faz com que a festa perca um certo rigor”, mas acredita que é isso que a torna “enormemente popular” e afirma:
Javier Moglione, do duo de trovadores argentinos Farina e Moglione, também defende que “há ocasiões em que a visão histórica do evento não é a mais adequada”, mas considera que esses são “pequenos detalhes” no contexto geral da Viagem.
“Esta é uma das feiras medievais mais importantes que temos visto”, observa o tenor, que na Viagem executa também instrumentos originais referidos no Códice Calixtinus. “Duas das coisas que mais nos satisfazem são o esforço que fazem por melhorar de ano para ano e o questionário que nos entregam para perguntar a nossa opinião”.
Elda Daunis, do grupo catalão Els Berros de la Cort, concorda que o evento “tem sido uma referência em todos os festivais” em que o coletivo participa explica que o facto se deve não apenas à “magnitude” da iniciativa, mas também à sua “organização impecável”.
Para a flautista dos Berros, a Viagem Medieval “é um festival comercial, mas, ao mesmo tempo, respeita a reconstrução histórica e cuida dela”.
O aspeto mais forte da iniciativa é, no entanto, “a trajetória do evento e a propaganda que os grupos participantes continuam a ter – e que dá por todos os festivais em que participam”.
“A Feira é uma referência em matéria de organização porque segue a política de ser totalmente popular”, acrescenta Elda Daunis. “Isso faz com que milhares de portugueses e turistas ocasionais possam entrar num mundo que dura 10 dias, falando da experiência depois, em qualquer parte do mundo”.
Jean-Denis Toumit é o líder do grupo bretão Waraok – “uma banda profissional de música medieval, renascentista e tradicional” – e assegura que a Viagem Medieval “é o maior e mais antigo festival” que o coletivo conhece.
O ponto forte do evento é, no entanto, o seu ambiente. “Atuamos em festivais medievais por todo o lado, em França e também em Espanha, mas vimos à Feira desde 2007 e é sempre um grande prazer para nós vir cá tocar”, revela o músico.
@ Sapo Notícias
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