O orçamento da Viagem Medieval de 2012 é de 900.000 euros e, atingida
a autossustentabilidade do evento em 2011, a organização iniciou agora a
renovação das estruturas físicas do recinto, propondo-se continuá-la
com a receita a angariar este ano.
Paulo Sérgio Pais é o administrador executivo da empresa municipal
Feira Viva, que, de 02 a 12 de Agosto, promove a recriação histórica de
Santa Maria da Feira em parceria com a Câmara e com a Federação das Colectividades de Cultura e Recreio do concelho, e explicou à Lusa: "No
ano passado, que foi o primeiro com entrada paga, vendemos 228.000
pulseiras [de acesso] ao evento, a dois euros cada uma. E isso
permitiu-nos atingir a autossustentabilidade do projecto".
"Este ano, achámos que era justo distinguir entre quem visita a
Viagem apenas um dia e quem vem todos os dias", continua o mesmo
responsável.
"Portanto, o bilhete de entrada ainda vai custar dois euros, se for
diário, mas a pulseira passa a ser para toda a semana, ao preço de três
ou quatro euros - consoante seja comprada em pré-venda ou depois do dia
02".
Na mudança de preços influiu também "a alteração do IVA de seis para
13 por cento", mas Paulo Sérgio Pais defende que "bastam as 228.000
pulseiras de 2011, mais uma", para a organização do evento garantir este
ano um "superavit" que já terá destino: "O excedente vai entrar para as
contas do investimento que estamos a fazer na renovação das estruturas
da Viagem, porque este ano começámos a substituir o material de parte
dos restaurantes e tabernas, e esse é um trabalho que vamos completar
gradualmente ao longo dos próximos dois anos".
Os acessos ao recinto da Viagem Medieval não são, contudo, a única
fonte de receitas a contribuir para o orçamento de 900.000 euros. Nessa
contabilidade, 250.000 euros resultam do aluguer de espaços de comércio e
restauração no recinto, 100.000 provêm de patrocínios, outros 100.000
são facturados com a venda de loiça e outro merchandising da Viagem, e
20.000 euros devem-se à caixa dos 12 parques de estacionamento
disponíveis nas imediações do centro histórico da Feira.
Outra fatia do orçamento é reunida na bilheteira interna do evento,
já que, das 24 áreas temáticas dispersas pelos 33 hectares da recriação,
nove são de entrada paga e têm preços de um e cinco euros, com a
maioria desses bilhetes a custarem dois e três.
"Controlamos a despesa no sentido de não aumentarmos o orçamento",
observa Paulo Sérgio Pais. "Se houver 'superavit', a nossa lógica é de
reinvestimento no próprio projecto, quer ao nível das estruturas físicas,
quer ao nível da formação de pessoal, para garantirmos a continuidade
da nossa produção artística e reforçarmos os conteúdos da programação".
Para o administrador da Feira Viva, é com esse espírito que, "mal uma
Viagem acaba, se começa a trabalhar na próxima", o que, em 2012,
resultará numa edição "fortíssima, tanto em termos de animação, como de
participação e adesão".
@ Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário